O conselho da Petrobras tem uma reunião nesta segunda-feira, 5, com a equipe de transição de governo para discutir o modelo de negócio da estatal para o ano que vem. É provável que a Política de Preços Internacional (PPI) esteja na pauta. Implementada em 2016 pelo governo de Michel Temer (MDB), o índice se baseia nos custos de importação, transporte e taxas portuárias para o cálculo final. Em entrevista, o presidente da Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes (AbriLivre), Rodrigo Zingales, afirmou que, no curto prazo, o Brasil deve focar em ser "autossuficiente" na produção de gasolina e diesel: "A Petrobras precisaria urgentemente e necessariamente investir na elevação da capacidade de produção de gasolina e diesel no Brasil. De forma que a Petrobras, sozinha, pudesse atender 100% da demanda brasileira". Na última semana, a estatal divulgou um plano estratégico que prevê o investimento de US$ 78 bilhões nos próximos 5 anos.
Zingales acredita que a mudança na política de preços da Petrobras é possível, mas que é preciso cuidado para não prejudicar a estatal: "Considerando as margens de lucro e os custos da Petrobras verificados nos últimos anos, é bastante viável que haja uma mudança no PPI, redução dos preços internos, lucros razoáveis e de mercado para os acionistas e, principalmente, investimentos da Petrobras para aumentar a produção de gasolina e diesel, que é o que o brasileiro precisa hoje e o que ele consome diariamente". Para o presidente da AbriLivre, o aumento da produção é uma opção viável para a diminuição dos preços dos combustíveis e alívio para o bolso dos brasileiros em relação à inflação do ano que vem.
Jovem Pan