Na Ășltima quarta-feira, 7, teve inĂcio o julgamento de ações sobre a constitucionalidade das emendas de relator, também conhecidas como orçamento secreto, no Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria-geral da RepĂșblica, por meio de sua vice-presidente Lindôra AraĂșjo defendeu que não é possĂvel falar em um "orçamento secreto" e rebateu as crĂticas feitas por parte da oposição do governo Bolsonaro no Congresso Nacional ao mecanismo que distribui parte do orçamento governamental para que os parlamentares apliquem como desejarem. "O Supremo, neste momento, não é um palco polĂtico, ele não deveria, como foi feito durante todas as sustentações, apenas uma crĂtica ao Congresso Nacional, que fez isso e, de uma certa forma, os polĂticos estão lĂĄ pelo voto popular. E que também deve ser respeitado. A transparĂȘncia deve ser feita e jĂĄ foi determinada e, pelo que eu entendi, jĂĄ estĂĄ sendo efetuada". A AGU também participou do processo e falou em nome do Executivo. O advogado-geral da União, Bruno Bianco, afirmou que as emendas de relator tĂȘm mecanismos de transparĂȘncia e que, por isso, não devem derrubadas pelo STF. "Não hĂĄ qualquer tipo de impedimento. Existe um dispositivo expresso que remete às regulamentações do Congresso Nacional. Isso quer dizer que a ausĂȘncia de expressa previsão constitucional não significa que essas emendas apresentem qualquer contrariedade intrĂnseca em relação à Constituição", disse ele.
O julgamento foi suspenso e deve ser retomado na próxima semana. A Suprema Corte julga quatro processos sobre a constitucionalidade das emendas de relator, que foram ajuizados pelos partidos Cidadania, PSB, PSOL e PV, todos de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). As ações estão sob a relatoria da presidente do STF, a ministra Rosa Weber. Segundo as legendas, a liberação desses recursos fere princĂpios constitucionais como da publicidade e moralidade administrativa. Ainda na Ășltima quarta, o Congresso Nacional encaminhou uma manifestação ao STF pedindo que a Corte rejeite as ações que questionam a constitucionalidade das emendas de relator. A manifestação, assinada pelos advogados da Câmara e do Senado, diz que as emendas são constitucionais, legais e regimentais e que a execução orçamentĂĄria delas observa os mesmos padrões de impessoalidade, publicidade e transparĂȘncia das demais rubricas orçamentĂĄrias.
Fonte: Jovem Pan