As locadoras impulsionaram o mercado de veículos em julho, mas juros altos têm afastado os consumidores do carro 0 km. As vendas diretas das montadoras às empresas chegaram a 50%, dentro de uma média de 42% no ano. Com a escalada da taxa Selic pelo Banco Central, para conter a inflação, atualmente os financiamentos têm juros na casa dos 30% ao ano, além de uma maior restrição ao crédito. Fabricantes e revendedores de veículos evitam um tom pessimista em relação ao balanço da produção e vendas. Os executivos dão destaque à falta de peças, que paralisa as linhas de montagem, e que se houvesse uma maior oferta de carros, também haveria demanda. Em entrevista à Jovem Pan News, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima, ressaltou o peso da crise econômica na renda do brasileiro: "A questão dos juros para o ano de 2022 impacta, mas não impacta de forma tão significativa no número, na quantidade de veículos a serem vendidos. A questão de juros impacta em quem vai comprar esse carro".
"Hoje, a gente percebe que o consumidor da classe média está comprando menos. Então, se você começa a ter uma queda de juros e uma sinalização positiva de acesso ao crédito, você coloca novamente esse consumidor em jogo", avaliou o especialista. As compras à vista chegaram a 65%, de janeiro a julho. No ano passado, os negócios à prazo totalizaram 80%. Em julho, foram comercializados 182 mil carros comerciais leves, caminhões e ônibus, o que representa uma alta de 3,7% em relação ao mesmo mês de 2021, e de 2,2% em comparação com junho. No acumulado de 2022, foram vendidos 1,1 milhão de veículos, um recuo de 12% sobre o ano passado. No mês passado, a fabricação cresceu 33% e totalizou 219 mil unidades. Esta é a melhor marca em 20 meses, desde novembro de 2020. Até julho, já foram montados 1,3 milhão de veículos e a expectativa do setor é repetir as vendas de 2021, na casa de 2,1 milhões de unidades.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
Fonte: Jovem Pan