Começa nesta segunda-feira (8) a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, doença responsável pela chamada paralisia infantil. De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo é alcançar cobertura vacinal igual ou maior que 95% na faixa etária de 1 a 5 anos de idade, além de reduzir o número de não vacinados de crianças e adolescentes menores de 15 anos.
A vacina da pólio é aplicada aos 2, 4 e 6 meses com doses injetáveis. De acordo com informações do Jornal Nacional, publicadas no portal do G1, a campanha terá essas doses e também o reforço, que é em gotas, e será para todas as crianças de 1 a 4 anos que já tomaram as três primeiras doses injetáveis.
No ano passado, a cobertura vacinal contra a pólio registrou o pior índice desde 2012, não alcançando nem 70% do público-alvo. Este ano, nem metade das crianças que precisam tomar a primeira dose da vacina foram aos postos de saúde.
"A gente sabe que o vírus da poliomielite circula no mundo e, ao circular no mundo, num pulo – a gente viu com a Covid-19, estamos vendo com a monkeypox – é a chegada desse vírus novamente para circular no Brasil, se não está circulando já. Nós temos crianças, portanto, suscetíveis a desenvolver essa doença tão grave. São os pais que teriam que perceber que eles não podem submeter as suas crianças ao risco de desenvolver uma doença que pode ter sequelas a vida inteira", alerta Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia.
A campanha vai de hoje (segunda-feira), dia 8 de agosto, até 9 de setembro. Aproximadamente 40 mil postos de vacinação estarão abertos para aplicar também outras 18 vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente. O intuito é atualizar a cobertura vacinal do grupo.
Em caso de dúvidas, informe-se no posto de saúde mais próximo!
Poliomielite é grave!
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
A transmissão também ocorre por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar).
As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro, normalmente são motoras e não tem cura – por isso a importância da vacinação, que é a única forma de prevenção contra a doença.
Apesar de o Brasil ter a Poliomielite erradicada desde 1994 pela OMS, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) já apontou que o país está na lista de risco de volta da doença. Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela são os outros locais que fazem parte das regiões em risco.
Em julho deste ano, os EUA registraram o primeiro caso de poliomielite em quase dez anos sem registros da doença. Autoridades explicaram que o novo registro é um "indicativo de uma cadeia de transmissão".
Fonte: Olhar Digital