Senado deve analisar revisão da Lei das Estatais, que abre caminho para Mercadante no BNDES

Câmara aprovou de maneira sorrateira, medida que permite dirigente político assumir comando de uma estatal

Por Trago Verdades em 15/12/2022 às 08:46:20

Antonio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 12/08/2021

O Senado Federal deve analisar ainda nesta semana o projeto de lei que flexibiliza a Lei das Estatais e facilita a indicação de polĂ­ticos e pessoas relacionadas à polĂ­tica para empresas estatais. A expectativa é de que seja feito um acordo entre lĂ­deres para que o texto seja levado diretamente para o plenĂĄrio. Nesta quarta-feira, 14, após participar da cerimônia de posse de Bruno Dantas como presidente do Tribunal de Contas da União, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), disse que ainda não definiu a data que o projeto vai entrar em pauta. A proposta altera trechos da legislação em vigor e diminui de 36 meses para 30 dias a quarentena de pessoas indicadas à presidĂȘncia ou direção de empresas pĂșblica que tenham ocupado a estrutura decisória de qualquer partido polĂ­tico ou participado de campanha eleitoral. Na prĂĄtica, a medida busca facilitar a indicação de polĂ­ticos para cargos de alto escalão em empresas pĂșblicas. A iniciativa também facilita a indicação de pessoas para o conselho diretor ou diretoria colegiada de agĂȘncias reguladoras.

A mudança na Lei das Estatais foi aprovada por ampla maioria na Câmara dos Deputados logo após o presidente eleito Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) anunciar o nome de Aloizio Mercadante (PT) para a presidĂȘncia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O economista foi coordenador do programa de governo petista pela Fundação Perseu Abramo, mas nega que serĂĄ beneficiado pela mudança da lei. Por meio de nota, Mercadante disse que não ocupou cargo na estrutura decisória do PT e não exerceu função remunerada , apenas colaborou com o plano de governo. As restrições à indicação de polĂ­ticos para cargos de direção em estatais e agĂȘncias reguladoras começaram a valer em 2016 e foram criadas como resposta aos desvios de dinheiro e escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato.


Fonte: Jovem Pan

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