O projeto de estabilização de uma década foi finalmente concluído em 2001, após o que a torre se endireitou cerca de 40 centímetros e agora sua inclinação é de apenas 4º – ainda duas vezes mais do que a inclinação original do edifício quando a construção foi concluída em 1350.
Em 2013, pesquisadores da agência científica nacional da Austrália, CSIRO, também mapearam todos os cantos da torre usando scanners 3D, criando algumas reconstruções digitais da torre que poderiam ser usadas caso o edifício precisasse de reparos.
A torre agora oscila levemente, em média cerca de meio milímetro por ano, segundo o geotécnico Nunziante Squeglia, professor de geotecnia da Universidade de Pisa, que faz parte do grupo de monitoramento. "Embora o que mais conta seja a estabilidade da torre do sino, que é melhor do que o esperado", disse Squeglia à ANSA.
Em país mergulhado na antiguidade, a Torre Inclinada de Pisa não é a única figura histórica sob inspeção minuciosa por medo de colapso. Os cientistas há séculos observam rachaduras nos tornozelos de David de Michelangelo que poderiam derrubar a estátua mais perfeita do mundo, o que aumentou os esforços de conservação depois que um artigo de 2014 descobriu que leve inclinação de 5º já causou danos e pode levar a mais problemas catastróficos. Terremotos no mesmo ano não ajudaram a aliviar as tensões.
Embora o destino de David seja precário, felizmente a Torre Inclinada de Pisa deve estar segura pelo menos nos próximos 300 anos e talvez mais, dizem os especialistas. Alguns engenheiros até pensam que os esforços de restauração podem ser tão bem-sucedidos que a torre pode um dia se endireitar.
Ironicamente, a pesquisa mostra que os mesmos solos macios sob a fundação da torre que produziram sua inclinação característica podem agora oferecer alguma proteção contra terremotos, dando à estrutura um período de vibração natural mais longo e menos destrutivo se balançado.
Fonte: Olhar Digital