Sem dúvidas, nossa natureza é fabulosa. Desde insetos e pássaros até cães, gatos e seres humanos, a perfeição de todo o sistema impressiona. E um dos animais mais diferentes que se encontra por aí é o vaga-lume.
Afinal, como um inseto daqueles consegue se iluminar, criando tamanha "festa" na mata? Vamos descobrir a seguir.
A iluminação do "vaga-fume" (se você é fã de "Chaves", com certeza entendeu a referência) nada mais é do que uma reação bioquímica, uma interação entre substâncias químicas. Tudo isso resulta na luz que vemos a olho nu.
Essa luz é chamada de bioluminescência e tem como objetivo aproximar macho e fêmea. Se olharmos bem, sua origem se dá no abdome do inseto. Mas, para que todo este processo ocorra, é preciso que a substância luciferina faça seu papel – ao entrar em contato com o ar e a enzima luciferase, temos a conhecida luz amarelo-esverdeada do vaga-lume.
Se você pensa que todos os vaga-lumes piscam sua luz da mesma fora (como as luzes de pisca-alerta de um carro), se enganou. A bem da verdade, existem três principais famílias de vaga-lumes, e cada uma pisca de um jeito.
A mais famosa é a que pisca com frequência e lembra uma lanterna na parte de trás do corpo do animal. Essa "animação" toda não passa de uma forma de atrair parceiros, pois os vaga-lumes dessa família em particular gostam dessa forma de luminescência.
Os teque-teque possuem três lanternas: duas maiores em seu tórax, emitindo luz ver continuamente e que podem ser ligadas ou desligadas, além de uma alaranjada, ativada apenas em seus voos. Contudo, também são usadas na hora de atrair um parceiro – e mais: também podem espantar predadores.
Por fim, as larvas trenzinho se diferenciam em seus gêneros. Os machos são similares a besouros e sua luz é fraca; já a fêmea, parecida com uma larva, tem lanterna verde no corpo e uma vermelha em sua cabeça. Essas servem apenas para defesa e para iluminar melhor na hora da caça.
Assim como o inseto, o nome vaga-lume também é interessante e diferente do que costumamos ouvir e pronunciar em nosso dia a dia. Mas, então, de onde surgiu essa nomenclatura?
Segundo o Dicionário Etimológico, a origem da palavra vaga-lume advém do português caga-lume ou caga-fogo, contudo, "com o passar do tempo, por questões de pudor e censura, trocou-se a letra "C" por "V". Assim, "vaga" passou a representar o verbo "vagar", que significa "andar sem rumo'". Sendo assim, é possível definir que vaga-lume seria o mesmo que "luz que anda sem rumo". "O lucente bichinho é um eufemismo vivo, porque "lume" significa "fogo", "brilho", "luz'".
Deonísio da Silva, em seu livro "De onde vem as palavras", afirma que o escritor Machado de Assis foi quem aprovou a inserção da palavra em nosso vocabulário e dicionário, no século XIX.
Fonte: Olhar Digital