Novo comandante da FAB admite "incompreensão" de pessoas próximas a ele por aceitar o cargo

Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno declarou em discurso de posse que não se furtaria da missão dada; ele ficará sob o comando do ministro da Defesa e do presidente da República

Por Trago Verdades em 03/01/2023 às 08:23:18

EVARISTO SA / AFP

Em seu primeiro discurso à frente da Força Aérea Brasileira, o brigadeiro Marcelo Damasceno disse que assume a função mesmo com a incompreensão de pessoas próximas e que acredita que não vai faltar apoio do PalĂĄcio do Planalto em projetos estratégicos. A cerimônia de transmissão de cargo do comando da aeronĂĄutica ocorreu na base aérea de BrasĂ­lia e contou com a participação do novo ministro da Defesa, José MĂșcio, do general Villas Boas, de ex-comandantes e novos chefes da Marinha e do Exército. A equipe de transição de governo do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) jĂĄ havia indicado os nomes em dezembro pelo critério de tempo de atuação nas forças. "Como filho desta pĂĄtria tão idolatrada, eu não fugiria à luta, não me furtaria a cumprir essa nobre missão. E que a incompreensão, principalmente de alguns mais próximos, revertam-se em futuro entendimento. Que as minhas limitações deem passagem à imensa energia que tenho de fazer o melhor pela missão e pelas pessoas de nossa Força", declarou.

O ex-comandante da aeronĂĄutica, o brigadeiro Batista JĂșnior se despediu do cargo no mesmo evento. Em seu Ășltimo discurso na função, disse que presta continĂȘncia a autoridades e não a pessoas. "Este importante gesto de saudação militar, impessoal, e que visa às autoridades, não as pessoas. Hoje, em meu Ășltimo gesto como comandante da aeronĂĄutica, minha continĂȘncia selarĂĄ a passagem das autoridades que recebi do meu antecessor ao nosso novo comandante e lĂ­der, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno". O discurso do ex-comandante da aeronĂĄutica ocorreu um dia depois da posse de Lula, que passou direto pela rampa no momento em que os oficiais prestaram continĂȘncia a ele como novo presidente da RepĂșblica e novo chefe das Forças Armadas.

O novo ministro da Defesa assume a função com o desafio de melhorar a relação de Lula com os militares. Ao ser empossado na sede da pasta, fez um discurso conciliador. Ex-presidente do Tribunal de Contas da União e ex-deputado, ele reforçou ainda que as Forças Armadas estão a serviço da democracia: "Com a busca incessante da manutenção dos programas e projetos de reaparelhamento de todos os ramos das Forças Armadas. Do incremento das capacidades operacionais do Ministério da Defesa, do estĂ­mulo ao desenvolvimento cientĂ­fico e tecnológico em prol do cumprimento das nossas missões institucionais, da interação de todos os setores da sociedade e da cooperação internacional em todos os nĂ­veis. Assim, exorto a todos a, juntos em harmonia, continuarmos o nosso trabalho pela defesa e pela segurança do Brasil", disse MĂșcio. A posse do novo ministro marca o retorno de um civil no comando do Ministério da Defesa depois de cinco anos.


Fonte: Jovem Pan

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