Plutão recebe esse nome em homenagem ao deus do submundo romano, o equivalente a Hades na mitologia grega. Ele era considerado um planeta desde sua descoberta em 9 de fevereiro de 1930, por Clyde Tombaugh, até 2006 quando foi rebaixado à categoria de planeta-anão. Fatos sobre plutão:
Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno foram descobertos há séculos atrás, Por serem planetas visíveis a olho nu, não existe uma data específica para quando eles foram avistados pela primeira vez.
Urano e Netuno foram descobertos em 1781 e 1864, respectivamente. A descoberta de Plutão veio após Percival Lowell em 1906 perceber que algo influenciava a órbita desses dois últimos planetas a serem encontrados.
A partir daí Lowell começou sua busca pelo planeta X. Em 1916, o astrônomo faleceu, mas não se antes deixar um legado e muito dinheiro para que esse novo planeta fosse descoberto.
A busca aconteceu até 18 de fevereiro de 1930, quando Clyde Tombaugh encontrou Plutão em meio às estrelas. Não era bem o que Lowell procurava, por ser muito pequeno para influenciar a órbita dos outros planetas, mas ainda sim uma grande descoberta
Quando foi descoberto, Plutão foi considerado automaticamente um Planeta, e isso durou até que outros objetos semelhantes a ele fossem encontrados nas décadas subsequentes além da órbita de Netuno. Um desses objetos era Eris tão grande quanto Plutão, portanto também deveria ser considerado um planeta.
Esse debate chegou ao fim em 2006, quando a União Astronômica Internacional (IAU) definiu alguns requisitos para um objeto ser considerado um planeta, o que rebaixou Plutão à categoria de planeta anão.
Os requisitos definidos pela IAU são:
Apesar de Plutão preencher os dois primeiros requisitos, ele não é dominante em sua órbita, pois ela se cruza com a de seu vizinho gelado Netuno, o que faz com que ele não seja considerado um planeta.
A decisão dele não ser mais considerado um Planeta é muito contestada no meio acadêmico. Alguns astrônomos apontam que a IUA tomou decisões precipitadas ao fazer o rebaixamento, além de não possuir um sentido científico. No entanto, Plutão continua oficialmente sendo considerado um planeta anão.
Apesar de ser o maior entre os 5 planetas anões e o maior objeto do sistema solar, após Netuno. Comparado com outros corpos do sistema solar, Plutão é relativamente pequeno.
Ele possui um pouco mais de 2370 quilômetros de diâmetro, mas é 5 vezes menor que a Terra e 1,5 vezes a Lua. Se uma viagem de carro fosse feita no equador do planeta anão, ela poderia ser feita em cerca de cinco dias.
Além da Lua da Terra, Plutão também é menor do que muitos outros satélites naturais do sistema solar. O planeta anão também é menor que Ganímedes, Titã, Calisto, Io, Europa, Tritão.
A órbita de Plutão leva cerca de 248 anos terrestres e ela não se encontra no mesmo plano orbital dos outros planetas, ela está inclinada cerca de 17°. Além disso sua órbita é muito elíptica, fazendo com que em alguns momentos, cerca de um décimo da duração de sua órbita, Plutão fique mais próximo do Sol do que Netuno.
Essa órbita super elíptica faz com que o planeta anão às vezes tenha uma atmosfera. Quando está mais próximo do Sol, o gelo de sua superfície derrete criando uma atmosfera. Entretanto, à medida que Plutão se afasta, os gases voltam a se congelar.
Quanto aos dias plutonianos, o planeta leva em média cerca 6,4 dias terrestres para dar uma volta em torno do seu eixo. Esse movimento, assim como o de Urano, é feito de lado, tendo uma inclinação de 120°.
Plutão está localizado em média a 39,5 UA (Unidade Astronômica ou Distância da Terra do Sol) do Sol. Variando entre 29,5 UA no seu periélio e 49,5 UA em seu afélio. Ele está tão longe que a luz solar leva cerca de 9 horas para chegar até ele, mesmo viajando a 300 mil quilômetros por segundo.
Visto de Plutão, o Sol parece apenas um ponto brilhante no céu. Sua luminosidade no planeta anão é 1000 vezes menor do que a percebida na Terra, mas ainda sim de mais brilhante 150 a 450 vezes que a luz da Lua Cheia.
A sua distância da Terra também varia à medida que o planeta completa sua órbita. Estando a 7,5 bilhões de quilômetros de distância no ponto mais distante e 4,28 bilhões de quilômetros no mais próximo. A distância faz com que sua observação a olho nu na Terra seja impossível, sendo necessário telescópio com abertura de no mínimo 20 cm.
O envio da sonda New Horizon à Plutão levou 9,5 anos para ser feito. Quando foi lançada em 2006, a nave era a mais rápida da época e viajava a cerca de 58,5 mil quilômetros por hora. Quando passou por Júpiter ela ainda teve um ganhou gravitacional que fez com que sua velocidade alcançasse 83 mil km/h que reduziu sua viagem em três anos.
Assim como a Terra, Plutão é rochoso e faz parte do Cinturão de Kuiper, uma região de corpos gelados além de Netuno. Ele é composto por um núcleo rochoso e é coberto por um manto congelado de água. Seu manto congelado é em razão de sua temperatura que varia entre -226° C e -240° C.
A paisagem plutoniana é composta por montanhas que podem atingir até 3 quilômetros de altura, vales, planícies e crateras, uma das mais famosas possui formato de coração e é conhecida como Tombaugh Regio. Os cientistas ainda não encontraram anéis em Plutão, como já observaram em outros planetas anões.
As cores de Plutão variam bastante, podendo ter regiões com áreas brancas, amarelo e vermelho profundo, mas em grande maioria sua superfície possui uma cor clara amarronzada.
Plutão atualmente possui cinco luas conhecidas, são elas: Caronte, Nix, Hidra, Cérbero e Estige. Provavelmente esses satélites se formaram a partir de colisões do planeta anão com outros corpos gelados do Cinturão de Kuiper.
A maior delas é Caronte, um corpo esférico com cerca de 1200 quilômetros de diâmetro. Ela possui mais da metade do diâmetro de Plutão, o que faz com que ela seja o maior satélite natural do sistema solar quando comparado com o planeta que orbita. Por causa do seu tamanho, muitos astrônomos também se referem a Plutão e Caronte como um planeta anão duplo ou sistema binário.
Caronte tem seu movimento totalmente sincronizado com Plutão, sempre mostrando apenas uma das faces para o planeta anão. Isso acontece porque o tempo que Caronte leva para orbitar Plutão é o mesmo que ele leva para girar em torno de seu eixo.
Nix, Hidra, Cérbero e Estige já são luas bem menores e irregulares. Elas não estão sincronizadas com a rotação de Plutão. Elas giram de forma veloz e desordenada ao redor do planeta anão, mostrando suas diferentes faces para ele.
Até hoje a única missão realizada com objetivo de conhecer melhor o planeta anão foi a New Horizon. Ela capturou imagens de alta resolução da superfície plutoniana e de sua lua Caronte, além de estudar a superfície e atmosfera do planeta anão quando o sobrevoou a cerca de 12,5 mil quilômetros de distância de Plutão.
Ela também estudou em 2019 outro objeto do Cinturão de Kuiper, um objeto binário de contato, chamado Arrakoth. Depois disso foi em direção a deixar o sistema solar, tornando-se a quinta sonda interestelar já construída pelo homem.
Fonte: Olhar Digital