Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro do ano passado, os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) têm se dedicado a proteger o território ucraniano e toda a região ao redor.
Neste sentido, os EUA enviaram blindados de infantaria e um sistema de defesa chamado Patriot, de desenvolvimento norte-americano, ao país invadido pelos russos. Na Europa, a Alemanha fez o mesmo, doando seus próprios mísseis Patriot a nações próximas, como a Polônia.
Além desses, diversos outros países, como Israel, Iraque e Arábia Saudita, já fizeram uso desse equipamento de última geração, projetado para neutralizar vários tipos de ameaças aéreas, como diferentes tipos de mísseis, aeronaves e drones maiores.
Concebido pelos EUA no início da década de 1960, o sistema – composto por radares, unidades de comando e controle e vários mísseis interceptadores – começou a ser implantado pelo exército americano, de fato, nos anos 80, após várias atualizações feitas pela gigante de equipamentos bélicos Raytheon. Segundo a empresa, novos desenvolvimentos técnicos continuarão sendo adicionados ao sistema até 2048.
Em sua atual configuração, o Patriot é capaz de defender um território contra mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro, drones, aeronaves e "outras ameaças" não especificadas pela Raytheon. Esses são alguns dos objetos aerotransportados usados pela Rússia para atacar a Ucrânia, e com os países da Otan se preocupam em relação a seus próprios territórios.
No entanto, os militares russos também utilizam dispositivos menores, como minidrones que se mantêm mais próximos do solo e são mais difíceis de serem rastreados e interceptados pelo sistema Patriot.
Segundo as Forças Armadas da Alemanha, o sistema Patriot, presente ou em vias de se implantar em um total de 18 países, conta com um radar capaz de rastrear até 50 alvos e atacar cinco deles de uma só vez. Além disso, os mísseis interceptadores podem alcançar uma altitude de mais de dois quilômetros e atingir alvos a até 160 km de distância.
O primeiro uso do Patriot em uma situação real de conflito foi em 1991, quando defendeu os militares dos EUA e da coalizão, bem como áreas povoadas em Israel, contra os mísseis iraquianos Scud, durante a Operação Tempestade no Deserto. Após algumas modernizações que melhoraram a eficiência do sistema, o Patriot foi enviado para o Iraque, em 2003, durante a guerra liderada pelos EUA naquele país.
Diversos lançamentos de testes desde então realizaram intercepções bem-sucedidas, embora frequentemente sejam necessários vários mísseis Patriots para deter uma única ameaça.
Um dos maiores desafios do sistema, além de acompanhar e superar as tecnologias adversárias, é a questão financeira. A primeira aquisição do Patriot pela Polônia, por exemplo, custou US$4,75 bilhões (quase R$26 bilhões), o que representa mais de 25% do orçamento de Defesa proposto pelo país para 2023.
Segundo o grupo de pesquisa de defesa RAND, sediado nos EUA, um único teste de interceptação pode custar até US$100 milhões (algo em torno de R$538 milhões, na cotação atual).
Fonte: Olhar Digital