Quando pensamos em um deserto, nos vêm logo à cabeça temperaturas muito altas e um mundo de areia, como no Saara. Entretanto, não é bem essa a definição do que é um deserto.
Segundo Jonathan Wille, climatologista antártico e meteorologista da Universidade de Grenoble, na França, um deserto é qualquer região que tenha menos de 25 centÃmetros de precipitação por ano, independentemente da temperatura.
Dessa forma, existe um lugar no mundo onde não chove há cerca de 14 milhões de anos, mas que é o oposto do que se pensa quando se ouve a palavra deserto. Estamos falando da Antártica, o maior deserto do mundo.
A Antártica tem cerca de 14,2 milhões de quilômetros quadrados de área. A baixa precipitação de regiões antárticas, como os Vales Secos de McMurdo, se deve principalmente às temperaturas frias, a montanhas que impedem a passagem de nuvens de chuva e aos ventos muito fortes que retiram a umidade do ar.
A Antártica é em lugar extremamente árido, até mesmo para um deserto. Segundo a Rede de Pesquisa Ecológica de Longo Prazo (LTER) da Fundação Nacional da Ciência (NSF) dos EUA, os vales secos não apresentam neve ou gelo, apenas lagos congelados permanentemente e que podem abrigar alguns micróbios, musgos e lÃquens que suportam as condições do local.
Mesmo que as regiões centrais do continente pareçam não abrigar vida nenhuma, pinguins e petréis vivem em regiões mais próximas do oceano, onde podem se alimentar de peixes. Além disso, focas às vezes também passam por esses locais.
No entanto, o Saara ainda tem seu lugar de destaque. Localizado na porção norte da África, ele tem cerca de 9,2 milhões de quilômetros quadrados de área e é o terceiro maior do mundo, ocupando a primeira posição no ranking de maior deserto quente do nosso planeta.
Apesar de ser mais conhecido por suas dunas, o Saara também possui uma ampla diversidade de paisagens que engloba terrenos rochosos, salinas, montanhas e savanas onde pode ser encontrada até água.
O Saara abriga uma biodiversidade enorme ocasionada pela drástica mudança climática que aconteceu no passado da região. Dentre as espécies que vivem no deserto, estão lagartos e cobras que, por causa do seu sangue frio, se adaptam bem ao ambiente, além de escorpiões, besouros, formigas e até mesmo anfÃbios. Aves e mamÃferos, como avestruzes e camelos, também habitam a região.
Isso mostra que essas regiões estão longe de não abrigarem vida e não são nada monótonas como se imagina.
Fonte: Olhar Digital