O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou o pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) para investigar o governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha e o agora ex-secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do DF, Anderson Torres, referente à conduta durante as manifestações realizadas em BrasĂlia no Ășltimo domingo, 8. Também são alvos do pedido Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretĂĄrio interino de Segurança do DF, e FĂĄbio Augusto Vieira, ex-comandante da PolĂcia Militar do Distrito Federal. Em decisão publicada nesta sexta-feira, 13, Alexandre de Moraes afirma que a "omissão e conivĂȘncia" de diversas autoridades da ĂĄrea de segurança e inteligĂȘncia ficaram demonstradas com a ausĂȘncia do necessĂĄrio policiamento, autorização para que mais de 100 ônibus ingressassem livremente em BrasĂlia e a total inércia no encerramento do acampamento "criminoso" na frente do Quartel General do Exército. "O descaso e conivĂȘncia do ex-Ministro da Justiça e Segurança PĂșblica e, até então, SecretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal, Anderson Torres, e do então?Comandante Geral da PolĂcia Militar do Distrito Federal com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no Distrito Federal, só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do Governador do DF, Ibaneis Rocha, que não só deu declarações pĂșblicas defendendo uma falsa livre manifestação polĂtica em BrasĂlia, mesmo sabedor por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados, como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos Ășltimos dois anos, em 7 de setembro, em especial, com a proibição de ingresso na esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas, tendo liberado o amplo acesso", argumentou.
Para Moraes, os fatos narrados demonstram uma possĂvel organização criminosa com o objetivo de desestabilizar as instituições republicanas. "Em momento tão sensĂvel da democracia brasileira, em que atos antidemocrĂĄticos estão ocorrendo diuturnamente, com ocupação das imediações de prédios militares em todo o paĂs e em BrasĂlia, não se pode alegar ignorância ou incompetĂȘncia pela omissão dolosa e criminosa. A omissão das autoridades pĂșblicas, além de potencialmente criminosa, é estarrecedora, pois, neste caso, os atos de terrorismo se revelam como verdadeira tragédia anunciada", complementou. O ministro ainda adotou um tom combativo na decisão, afirmando que a "democracia brasileira não serĂĄ abalada, muito menos destruĂda, por criminosos terroristas" e acrescentou, citando a Segunda Guerra Mundial, que "não irĂĄ mais suportar a ignóbil polĂtica de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglĂȘs Neville Chamberlain com Adolf Hitler".
Fonte: Jovem Pan