Moraes abre inquérito para apurar conduta de Ibaneis Rocha e Anderson Torres durante atos de 8 de janeiro

O pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR)

Por Trago Verdades em 13/01/2023 às 12:40:23

Nelson Jr./ASCOM/TSE

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou o pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) para investigar o governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha e o agora ex-secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do DF, Anderson Torres, referente à conduta durante as manifestações realizadas em BrasĂ­lia no Ășltimo domingo, 8. Também são alvos do pedido Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretĂĄrio interino de Segurança do DF, e FĂĄbio Augusto Vieira, ex-comandante da PolĂ­cia Militar do Distrito Federal. Em decisão publicada nesta sexta-feira, 13, Alexandre de Moraes afirma que a "omissão e conivĂȘncia" de diversas autoridades da ĂĄrea de segurança e inteligĂȘncia ficaram demonstradas com a ausĂȘncia do necessĂĄrio policiamento, autorização para que mais de 100 ônibus ingressassem livremente em BrasĂ­lia e a total inércia no encerramento do acampamento "criminoso" na frente do Quartel General do Exército. "O descaso e conivĂȘncia do ex-Ministro da Justiça e Segurança PĂșblica e, até então, SecretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal, Anderson Torres, e do então?Comandante Geral da PolĂ­cia Militar do Distrito Federal com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no Distrito Federal, só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do Governador do DF, Ibaneis Rocha, que não só deu declarações pĂșblicas defendendo uma falsa livre manifestação polĂ­tica em BrasĂ­lia, mesmo sabedor por todas as redes que ataques às instituições e seus membros seriam realizados, como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos Ășltimos dois anos, em 7 de setembro, em especial, com a proibição de ingresso na esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas, tendo liberado o amplo acesso", argumentou.

Para Moraes, os fatos narrados demonstram uma possĂ­vel organização criminosa com o objetivo de desestabilizar as instituições republicanas. "Em momento tão sensĂ­vel da democracia brasileira, em que atos antidemocrĂĄticos estão ocorrendo diuturnamente, com ocupação das imediações de prédios militares em todo o paĂ­s e em BrasĂ­lia, não se pode alegar ignorância ou incompetĂȘncia pela omissão dolosa e criminosa. A omissão das autoridades pĂșblicas, além de potencialmente criminosa, é estarrecedora, pois, neste caso, os atos de terrorismo se revelam como verdadeira tragédia anunciada", complementou. O ministro ainda adotou um tom combativo na decisão, afirmando que a "democracia brasileira não serĂĄ abalada, muito menos destruĂ­da, por criminosos terroristas" e acrescentou, citando a Segunda Guerra Mundial, que "não irĂĄ mais suportar a ignóbil polĂ­tica de apaziguamento, cujo fracasso foi amplamente demonstrado na tentativa de acordo do então primeiro-ministro inglĂȘs Neville Chamberlain com Adolf Hitler".

Fonte: Jovem Pan

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