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Gerenciar melhor as emoções pode prevenir o envelhecimento patológico, segundo pesquisa

Para entender como as emoções afetam o cĂ©rebro, principalmente nos idosos, neurocientistas conduziram um estudo comparativo com jovens


Nos Ășltimos 20 anos, neurocientistas tĂȘm observado como o cérebro reage às emoções. Para entender como isso afeta o envelhecimento, cientistas da Universidade de Genebra (UNIGE) investigaram como jovens e idosos comportam-se quando confrontados com o sofrimento psicológico de outras pessoas.

"Nosso objetivo foi determinar qual traço cerebral permanece após a visualização de cenas emocionais, a fim de avaliar a reação do cérebro e, principalmente, seus mecanismos de recuperação. Focamos nos idosos, a fim de identificar possĂ­veis diferenças entre envelhecimento normal e patológico", explicou Patrik Vuilleumier, professor do Departamento de NeurociĂȘncias BĂĄsicas da Faculdade de Medicina e do Centro SuĂ­ço de CiĂȘncias Afetivas da UNIGE, que corrigiu este trabalho, publicado na Nature Aging.

Igual, mas diferente

VoluntĂĄrios assistiram a pequenos clipes mostrando pessoas em estado de sofrimento emocional – como em um desastre natural ou situação de angĂșstia – e também a vĂ­deos com conteĂșdo emocional neutro. Enquanto isso, os pesquisadores observavam a atividade cerebral deles usando ressonância magnética funcional.

Primeiramente, a equipe realizou o experimento com um grupo com 29 pessoas com cerca de 25 anos e outro com 27 pessoas com mais de 65 anos. Depois, o teste foi repetido com 127 idosos.

Pessoas mais velhas tem uma atividade cerebral diferente dos mais jovens. Imagem: Wirestock Creators / Shutterstock


A pesquisa descobriu que as pessoas mais velhas mostram um padrão de atividade cerebral diferente dos mais jovens. Em adultos mais velhos, a parte do cérebro que processa a memória autobiogrĂĄfica (córtex cingulado posterior) tem um aumento de conexões com a parte que processa importantes estĂ­mulos cerebrais (a amĂ­gdala).

"Essas conexões são mais fortes em indivĂ­duos com altos nĂ­veis de ansiedade, com ruminação ou com pensamentos negativos".

Ao mesmo tempo, as pessoas mais velhas tendem a regular melhor suas emoções do que os mais jovens e se concentram mais facilmente em detalhes positivos, mesmo durante um evento negativo.

Existe a necessidade ainda de descobrir se a mĂĄ regulação emocional e ansiedade são causas ou consequĂȘncias da demĂȘncia. Imagem: LightField Studios / Shutterstock


Como o córtex cingulado posterior é uma das regiões mais afetadas pela demĂȘncia, existe a necessidade de descobrir o que vem primeiro: a mĂĄ regulação das emoções e ansiedade ou a demĂȘncia.

Agora, esses pesquisadores vão estudar a possibilidade de prevenir demĂȘncia com intervenções não-farmacológicas. Durante 18 meses, eles conduzirão um estudo de intervenção para comparar os efeitos do aprendizado de uma lĂ­ngua estrangeira e da prĂĄtica de meditação no cérebro.


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